quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Os números e a verdade

Como entender os números da nossa economia? Nunca vi tão confusa e - parece - intencionalmente manipulada profusão de números estatísticos! Não devo ser o único que li uma grande quantidade de manchetes informando sobre uma crescente e preocupante desaceleração industrial no país com reflexos imediatos no emprego.  

Noticiava-se preocupantes sinais da chegada da crise econômica mundial ao país, de sucessivas demissões na indústria e no setor de serviços, como se lia, por exemplo, numa das várias manchetes do dia 20.01.2009: "Aumenta desemprego no Brasil - Foi o pior resultado dos últimos 10 anos. Em Dezembro, 654 mil trabalhadores perderam o emprego no país. Mais de 40% das demissões foram na indústria".

Compare agora com a manchete publicada hoje - 22.01.2009 -, dois dias depois da anterior: "Desemprego em Dezembro foi o menor desde 2002, diz o IBGE". E aí? Com que manchete ficamos? Qual das duas é a notícia mentirosa? Não há lógica que possa sustentar que essas duas informações possam ser verdadeiras, ou há?

Segundo os "entendidos" não há contradição, mas uma simples divergência no método de avaliação do desemprego. Ah é! Achei que o número de desempregados refletisse o número de trabalhadores que perderam os seus empregos, ou há entendimento diferente desse?

Querem saber? Eu acho que há uma má fé explicita, que há uma clara intenção de mascarar a gravidade da crise, um número para justificar o resfriado de mãe Dilma e a marolinha do Luiz Inácio, um forma de enganar o povo ocultando uma notícia ruim.

Aliás, depois de vários atritos entre o governo e o IBGE, parece que a paz foi obtida mediante a submissão do teimoso Instituto e seus números desagradáveis. Como dizem os defensores dos regimes autoritários: "se a realidade desmente a nossa verdade, pior para a realidade".

Eu digo, parafraseando Galileu Galilei: "Eppur se muove!"

sábado, 10 de janeiro de 2009

O humor norte-americano

Como entender o humor norte-americano? Algo que consegue ser a um só tempo sutil / inteligente e grosseiro / imbecil? Muitas piadas são exemplos da mais fina e perspicaz inteligência, verdadeiras obras primas do humor; enquanto isso, basta ver um show de "stand up comedy" - tão ao gosto dos americanos do norte - para constatar nelas um grau absurdo de grosserias e termos de baixo calão sem a menor graça - para mim, porque para os ianques parece ser o máximo!

É claro que em todos os lugares existe o humor mais refinado e o humor popular como, por exemplo, o pastelão. A grande diferença com os USA, ao contrário do que ocorre normalmente com os outros países - quando os públicos são diferentes - é que, ao que parece, lá o público é o mesmo, o pessoal que gosta do humor refinado também aprecia o pastelão.

Pior! Reafirmo! Alguns desses shows não conseguem nem ao menos ser minimamente engraçados. O público norte-americano parece achar muito hilário assistir a um humorista proferindo durante duas horas uma enorme quantidade de palavras e gestos de baixo calão. Enfim, cada povo com seus costumes.